Como tratar a dependência química
A dependência de substâncias químicas é um dos grandes males sociais do século. De acordo com a ONU, aproximadamente 29 milhões de adultos sofrem desse mal no planeta hoje, cerca de 5% da população. Por isso, é importante saber como tratar dependência química em uma clínica ou em casa.
Isso é especialmente essencial para quem tem um dependente químico na família ou trabalha em uma clínica para dependentes químicos. Além disso, é importante ter em mente que o tratamento para a dependência é custosa, mas possível. No entanto, depende da criação de algumas condições específicas para facilitar a jornada do dependente.
Se você quer saber como tratar dependência química, siga a leitura do artigo abaixo!
A desintoxicação é o primeiro passo de como tratar a dependência química
O primeiro passo para conseguir se livrar da dependência química é a desintoxicação, normalmente recomendada para pacientes que já estão debilitados e com muita dificuldade de controlar os impulsos pela necessidade de ter a substância no organismo. Essa etapa do tratamento só pode ser realizada em uma clínica para dependentes químicos, já que exige a internação e monitoração constante por especialistas.
Isso é necessário pois a etapa de desintoxicação é muito difícil. A eliminação das toxinas no corpo leva tempo e costuma gerar crises de abstinência que precisam de auxílio e acompanhamento médico para serem adequadamente geridas. Portanto, o primeiro passo para isso é ter uma equipe adequada e equipamentos corretos para acompanhar o processo de desintoxicação do paciente e poder fazer esse acompanhamento.
O que fazer depois da desintoxicação?
Depois que o paciente se desintoxicou, é necessário tratar outros aspectos da sua vida de modo a remover os elementos de incentivo de consumo da substância química e combater os gatilhos mentais de dependência. Para se ter uma ideia, um estudo da USP mostrou que uma taxa média de 80% de recaída no tratamento para dependentes de cocaína.
Isso acontece porque existem diversos elementos na vida da pessoa que incentivam o uso da droga. Começando por ela mesma: apenas tratar a intoxicação no organismo não é o suficiente para se livrar da dependência. É preciso muito mais! Confira abaixo quais são os fatores que sabidamente diminuem a chance de recaída de um dependente químico.
Um novo estilo de vida
Estabelecer uma nova rotina de vida é um passo muito importante para que o paciente possa reduzir suas chances de recaída e consiga combater a necessidade de consumo de droga.
Parte desse novo estilo de vida depende de estabelecer uma rotina saudável com várias atividades importantes para a pessoa. Um exemplo é a prática de atividades físicas. Os esportes ajudam a liberar endorfina no corpo, o que causa a sensação de bem-estar e, por isso, são excelentes auxiliares no tratamento. Além disso, uma alimentação saudável também ajuda a dar energia e aumentar a concentração.
Por fim, vale citar a inserção do dependente em atividades que estabeleçam uma ação motivacional. Por exemplo, colocá-lo inserido em um projeto para alcançar um objetivo ajuda a focar a mente.
Apoio de um terapeuta comportamental
A dependência química está comumente enraizada em certos traumas psicológicos do usuário. O mecanismo exato depende de cada pessoa. Não raro, é comum encontrar dependentes que viam os pais beberem na infância e acabavam se tornando alcoólatras por causa disso, por exemplo. Não significa que é “culpa dos pais” (a culpa é um péssimo aliado na batalha contra a dependência), mas ajuda a explicar os aspectos inconscientes dessa jornada.
Por isso, uma das formas de como tratar a dependência química é participar de uma terapia comportamental de modo a trabalhar os traumas e gatilhos que possam levar a pessoa para uma recaída.
Usar remédios para diminuir o desejo
Em alguns casos, pode ser interessante utilizar remédios para reduzir quimicamente o desejo que o paciente sente pelo uso de drogas. No entanto, esse tratamento deve ser administrado por um psiquiatra e controlado de maneira muito precisa de modo a garantir que não será criada uma nova dependência e que o uso será apenas o necessário.
Participar de grupos de apoio
Um dos problemas de como tratar a dependência química é que a vida em sociedade ainda é pesadamente focada no consumo de substâncias. Basta pensar, por exemplo, nas reuniões familiares de fim de semana ou em eventos com os amigos. Quase sempre eles incluem uma cerveja ou algo do tipo. Alguns podem até mesmo conter drogas ilícitas.
Tanto é assim que, segundo pesquisa da Fiocruz, um em cada 3 brasileiros acima de 12 anos consome álcool regularmente. Por isso, é importante que o dependente possa participar de grupos de apoio.
Além de melhorar as companhias, ainda permite que ele encontre um espaço para desabafar e conversar com pessoas que passam pelos mesmos dilemas. Isso inclui encontros sociais sem substâncias químicas.
E aí, aprendeu o esqueleto básico de como tratar a dependência química? É importante ter em mente que o tratamento depende muito da força de vontade do paciente e que, mesmo fazendo tudo certo, ainda é possível que o resultado não seja positivo.
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